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sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

O poder das Bibliotecas

Sem plagiar para não pecar...

O título deste post não surgiu ao acaso. Aliás, "O poder das bibliotecas" é título de de um livro de Marc Baratin e Jacob Christian. Livro este que tive o privilégio de ler alguns capítulos e que se vergonha ainda tiver (risos) devo concluir minha leitura.



Olha o que temos aqui! A referência bibliográfica do mesmo. Essa eu nem fiz, aprendi em uma das poderosas de minha vida, a Biblioteca Central da Universidade de Brasília. O software de gerenciamento da Biblioteca, aliás o mesmo utilizado no trabalho me permite essa beldade: viva o Pergamum! Muitos alunos tem o recurso e nem utilizam, uma pena.

BARATIN, Marc; JACOB, Christian. O poder das bibliotecas: a memória dos livros no Ocidente. 2. ed. Rio de Janeiro: UFRJ, 2006. 351p. 

Outra biblioteca, não menos importante, em minha vida é a Biblioteca Demonstrativa de Brasília, que agora se chama Biblioteca Demonstrativa de Brasília Maria da Conceição Moreira Salles, com todo o louvor. Ali, encontra-se grandes concurseiros, adolescentes e adultos, leitores mirins e mestres da leitura. Nesta biblioteca podemos sentir como o grandioso poder da leitura pode mudar o mundo. Todos os tipos de usuários se misturam e se entendem em um ambiente bem peculiar. Esta biblioteca pública promove a cultura, entretenimento, alegria, entre outros tantos sentimentos. Minha visita ali é sagrada.

Mas a origem de toda minha saga encontra-se em Valparaíso de Goiás, cidade em desenvolvimento acelerado, localizada no entorno sul de Brasília. Ali divisa entre Distrito Federal e Goiás. A Biblioteca Pública Cora Coralina já esteve em tantos lugares que nem sei ao certo por onde começou. Mas quando a conheci se localizava no Shopping da Cidade, uma espécie de feira permanente na época. Mesmo assim conseguem imaginar uma biblioteca funcionando dentro de um shopping? Devíamos pensar melhor a respeito, pois é garantia de superlotação na certa.

Um dos momentos em que mais curti suas curvas biblioteconômicas foi final do ensino fundamental para  início do médio. Uma linda, totosa, divertida e marcante professora, Janete, nos levava à biblioteca ao menos um vez por semana. Ela abria mão de todo o tradicionalismo para mostrar um mundo que se localizava ali, bem na praça em frente a escola. Nada poderia ser mais propício. Posso dizer que meu futuro começou ali.

Hoje quando encontro amigos que fiz ali, sem contar os funcionários que me conheceram pequenina e catarrenta e hoje, mãe e profissional me sinto privilegiada. No entanto, não há ilusão o governo não pensava em nosso bem estar. Como todos sabem, bibliotecas públicas funcionam de doações e se não mudou até a última vez que tive notícias não havia sequer um Bibliotecário formada trabalhando ali.


Que mais posso dizer... Vivi naquela biblioteca as melhores experiências com os livros, amigos, professora e funcionários, mas ainda vejo o descaso do governo com a sua necessidade de existir e coexistir junto ao ensino deste país. Há duas semanas, recebemos no trabalho duas alunas de ensino médio que tem o desprivilegio, assim como eu, de ão biblioteca na escola.

Interessante é ser criada uma lei que garanta a existência de Bibliotecas Escolares em todas as escolas e, continua vendo coisa alguma sendo feita. Neste sentido, penso que a Lei 12.244 de 24 de Maio de 2010 é uma tentativa, entre tantas outras, de angariar votos e o ensino que se poste em seu lugar de plebeu para garantir a fortuna dos infortunados, ricos em bens e paupérrimos em crescimento social.

Sobre este tema tratou Vladimir Safatle, colunista da Folha. Leia mais em "A Biblioteca Roubada".

E se o pouco que digo puder fazer ao menos um leitor repensar, posso me sentir revolucionária.

A todos uma excelente leitura em uma aconchegante Biblioteca.



Debora Sousa